terça-feira, 30 de outubro de 2012

Analise das mudanças


A partir dessa semana o cenário politico brasileiro sofrerá constantes mudanças devido às eleições municipais. Em várias cidades os resultados foram surpreendentes, entre elas São Paulo. Em outras, como Belo Horizonte, Lavras, João Monlevade e Rio de Janeiro o resultado já era esperado. 


Mesmo as pesquisas apontando a vitória do Fernando Haddad em São Paulo, muitos duvidavam, pois no primeiro turno as pesquisas indicavam que Celso Russomano ficaria em primeiro lugar, mas este não chegou nem ao segundo turno. O PT foi esperto em apostar em uma nova geração e deixar a Marta Suplicy longe, assim deveria ter feito o PSDB, que precisa de uma renovação urgente em São Paulo. A necessidade da renovação foi provada com a vitória do Haddad.
Perder a prefeitura mais importante do país não significa que o partido está afundando. Prova disso, é a vitória de Arthur Virgílio, em Manaus(AM), onde estiveram o ex-presidente Lula e a presidente Dilma mais de um vez para reforçar o apoia a candidata do PT. Além disso, foi o partido que venceu mais eleições no segundo turno da disputa municipal, com nove vitórias e o PT venceu em oito, ficando em segundo lugar. O PSDB ocupa a segunda posição entre os partido que mais fizeram prefeituras.
O PT me surpreendeu nessas eleições. Em São Paulo houve o apoio do Paulo Maluf – homem comprovadamente corrupto – e com o mensalão sendo julgado, não impossibilitou o partido de ter grandes vitórias. Ele, juntamente com o PP e o PSB foram os únicos que cresceram no sudeste. Mesmo tendo a maioria do Diretório Nacional acusada por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção passiva, corrupção ativa, peculato, evasão de divisas e gestão fraudulenta, é o terceiro país com mais prefeitos no Brasil.

Se tratando da eleição em Belo Horizonte, fiquei surpreso por não haver segundo turno. Márcio Lacerda foi eleito com 52,69% dos votos válidos. Essa vitória pode ser considerada também do senador Aécio Neves e do governador Anastásia em cima da presidente Dilma e do ex-presidente Lula, pois estiveram firmes na campanha do Patrus Ananias, que obteve 40,80% dos votos válidos. Com esse resultado, podemos crer que a gestão de Márcio Lacerda em BH é respeitada e admirada.
A capital mineira foi governada oito anos pelo PT, e nos últimos 4 anos foram vice, na chapa do Lacerda (PSB). Faltando poucos meses para a disputa eleitoral, decidiram formar uma chapa e a partir daí criticaram profundamente a gestão anterior, que eles participaram ativamente.
Márcio Lacerda é considerado o melhor prefeito do Brasil, seguido pelo prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PMDB). Obviamente sempre haverá críticos de sua gestão, inclusive há o Movimento Fora Lacerda – MFL que é composto por vários jovens de Belo Horizonte. Mesmo assim, vejo que seu nome é forte para disputar o governo de Minas Gerais em 2014.

Partindo para o interior, posso concluir que não houve surpresa na eleição de João Monlevade. Devido a greve dos professores, pude acompanhar de perto e ver a disputa, que foi limpa por parte do candidato eleito Teófilo Torres (PSDB) e suja pelos adversários Gentil Bicalho (PT) e Conceição Winter (PPS). 
Teófilo Torres foi eleito com 59,89% dos votos válidos, seus adversários tiveram uma derrota esperada: Gentil Bicalho e Conceição Winter com 20,13% e 19,98% respectivamente. Digo derrota esperada devido ao currículo de cada um. Gentil Bicalho já participou diretamente de diversos cargos públicos e mesmo assim não conseguiu promover a cidade com obras, melhorias e rendimentos satisfatórios. Conceição Winter foi vice-prefeita durante 8 anos de um grande governo, mas por não conseguir repassar confiança ao eleitorado e fazer uma aliança com a vereadora Dorinha Machado, não conseguiu alcançar o objetivo.
Teófilo Torres inicia sua carreira pública a partir do próximo ano, com o cargo de prefeito da cidade em que nasceu, formou e casou. Formado em direito, ele é filho do ex-deputado estadual Mauri Torres, hoje conselheiro do Tribunal de Contas. Mauri sempre foi destaque no estado e influente no governo, devido sua maneira de legislar e articular. Foi governador interino em 2004 e o único presidente reeleito da Assembléia Legislativa de Minas. Essas características foram fundamentais para eleger seu filho, de 34 anos. Os monlevadenses depositaram a confiança em um jovem que realmente tem condições de organizar e promover o desenvolvimento em João Monlevade.

Por morar em Lavras, comecei a observar a administração municipal e consequentemente o processo eleitoral. A cidade é administrada hoje por uma tucana, que está exercendo seu terceiro mandato. Para sua sucessão, ela lançou o nome do ex-reitor da UFLA- Universidade Federal de Lavras – Silas Pereira, também do PSDB. Mesmo com um bom perfil, Silas obteve apenas 37,89% dos votos válidos, contra 46,88% do seu rival Marcos Cherem do PSD. Sua derrota foi devido ele morar fora há um tempo, e ter retornado para Lavras apenas 6 meses antes da campanha eleitoral. Além disso, a força política do candidato eleito Marcos Cherem é forte. Irmão do deputado estadual Fábio Cherem, ele é vereador oposicionista, empresário e com mais capacidade de liderança. 

Um comentário:

  1. Bacana o texto, só acho que um dos motivos que te causou espanto na vitória petista em São Paulo, o apoio de Paulo Maluf, comprovadamente corrupto; também devesse causar espanto em Monlevade, com o apoio de Carlos Moreira, já que há bastante em comum. No mais grande abraço!

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